As primeiras manifestações na Faixa de Gaza contra a invasão israelense, denominadas Intifada – "levante" em árabe – têm início em 9 de dezembro de 1987. Um dia antes, um caminhão israelense se chocou contra uma camioneta transportando trabalhadores palestinos do campo de refugiados de Jabalya, matando quatro e ferindo dez.
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Cartaz usado no período da Primeira Intifada, representando os territórios ocupados e Israel
Os palestinos viram o incidente como um ato deliberado de retaliação à morte de um judeu em Gaza alguns dias antes. No dia seguinte, tomaram as ruas em protesto, queimando pneus e atirando pedras e coquetéis molotov contra os policiais e tropas israelenses. Até que, em Jabalya, uma patrulha do exército de Israel atirou contra os manifestantes, matando um jovem de 17 anos e ferindo outros 16. Em 10 de dezembro, paraquedistas israelenses foram enviados a Gaza para sufocar a violência e os distúrbios se espalharam pela Cisjordânia, também ocupada por Israel.
Nove de dezembro marcou o início formal da Intifada, mas demonstrações de pequena escala e atos de violência dirigidos contra israelenses vinham em escalada crescente durante meses. O ano de 1987 marcou o 20º aniversário da conquista por Israel da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Após a Guerra dos Seis Dias, Israel instalou administrações militares nos territórios ocupados e anexou permanentemente Jerusalém Oriental. Com o respaldo do governo de Tel Aviv, colonos israelenses mudaram-se para os territórios ocupados, tomando terras palestinas. Em dezembro de 1987, 2200 colonos armados ocuparam 40% de Gaza, enquanto 650 mil palestinos em condições de pobreza ficaram concentrados nos outros 60%, fazendo da porção palestina uma das áreas mais densamente povoadas do mundo.
Política
A revolta da população palestina passou logo a ser controlada por líderes que formaram o Comando Nacional Unificado da Revolta que tinha vínculos com a OLP (Organização pela Libertação da Palestina). Embora as imagens de jovens palestinos lançando pedras contra as tropas de Israel tenham dominado o noticiário da televisão, o movimento espalhou entre toda a sociedade palestina. Setores proprietários e grupos de mulheres juntaram-se aos militantes em greves, boicotes e outras táticas mais sofisticadas em sua luta por conquistar a soberania palestina.
Em julho de 1988, o rei da Jordânia, Hussein, renunciou a toda responsabilidade administrativa da Cisjordânia, reforçando, por conseguinte, a influência palestina sobre o território. Em novembro de 1988, a OLP aprovou a proclamação do estabelecimento de um Estado palestino independente. Entrementes, a Intifada persistia e por ocasião de seu primeiro aniversário mais de 300 palestinos já haviam sido mortos, mais de 11 mil, feridos, e muitos outros presos.
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Processo de paz
Nas últimas semanas de 1988, Yasser Arafat surpreendeu o mundo ao denunciar o terrorismo, reconhecendo o direito do Estado de Israel a existir e autorizando o início das negociações de paz com Israel. Em 1992, Yitzhak Rabin, líder do Partido Trabalhista israelense, tornou-se primeiro ministro, comprometendo-se a se envolver imediatamente no processo de paz. Congelou novos assentamentos israelenses nos territórios ocupados e a Intifada foi suspensa depois de cinco anos.
Em 1993, negociações secretas entabuladas em Oslo resultaram na assinatura da histórica declaração de princípios em Washington. O acordo determinou a retirada das tropas israelenses de Gaza e da cidade de Jericó e o estabelecimento de um governo palestino com autoridade sobre grande parte da Cisjordânia.
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A despeito das tentativas de setores extremistas de ambos os lados de sabotar o processo de paz por meio da violência, os israelenses completaram sua retirada em maio de 1994. Em julho, Arafat entra em Jericó e estabelece seu governo. Em 1994, Arafat, Rabin, e o ministro do Exterior, Shimon Peres receberam em conjunto o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços de reconciliação.
Em 1995, Rabin foi assassinado por um extremista de direita judeu num comício pela paz em Tel Aviv e o processo de paz israelo-palestino, sob o governo de seus sucessores, Shimon Peres, Benjamin Netanyahu e Ehud Barak entrou num impasse para em seguida ser desmantelado.
Em setembro de 2000, irrompeu a Segunda Intifada, após Ariel Sharon, líder do partido direitista Likud, visitar o Monte do Templo, um local de grande significado religioso, controlado pelos muçulmanos.
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