quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

HOJE NA HISTÓRIA: 1950 - McCARTHY DIZ QUE DEPARTAMENTO DE ESTADO TEM COMUNISTAS INFILTRADOS

 

O senador por Wisconsin, Joseph McCarthy anunciou num discurso pronunciado em 9 de fevereiro de 1950 em Wheeling, Virginia Ocidental, que tinha uma lista de nomes de mais de 200 funcionários do Departamento de Estado que são “conhecidos comunistas”. No auge da Guerra Fria, o discurso do senador encontrou eco nacional e avivou os temores dos norte-americanos quanto à existência de subversivos no seio do governo.

Em poucos meses, McCarthy instalou uma verdadeira paranóia, igualmente uma arma poderosa para desestabilizar os democratas no poder. Após a eleição de Eisenhower em 1952, McCarthy presidiu o subcomitê senatorial permanente de inquérito antes que seus métodos inquisitoriais fossem denunciados pelos meios de comunicação e depois pelo próprio Senado.

Falando no Clube Republicano de Mulheres do Condado de Ohio em Wheeling, McCarthy brandiu diante de sua plateia um pedaço de papel. De acordo com o único representante da imprensa escrita presente na conferência, McCarthy disse que "Tenho aqui em minhas mãos uma lista de 205 funcionários do Departamento de Estado que são conhecidos pelo Secretário de Estado como sendo membros do Partido Comunista e que, apesar disso, continuam trabalhando e formulando a política externa dos Estados Unidos.”

Nas semanas que se seguiram o número flutuou completamente, com McCarthy afirmando em distintos momentos que havia 57 ou 81 ou ainda 10 comunistas no Departamento de Estado. Na verdade, McCarthy jamais produziu qualquer evidência consistente de que houvesse até mesmo um único comunista daquele órgão de governo.

A despeito da inconsistência de McCarthy, de sua recusa em informar qualquer dos nomes dos “conhecidos comunistas” e de sua incapacidade de produzir qualquer prova coerente ou razoável, suas acusações impactaram a opinião pública norte-americana.

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Os meses precedentes que o levaram ao pronunciamento de fevereiro mostraram-se penosos para a política de Guerra Fria dos Estados Unidos. Na China proclamou-se a vitória da Revolução Comunista. Os soviéticos detonaram um artefato atômico. As disparatadas acusações de McCarthy proporcionavam uma explicação pronta para esses desastres de política externa: os subversivos comunistas estavam trabalhando bem no âmago do governo de Washington.

"McCarthismo," como a perseguição aos comunistas nos Estados Unidos passou a ser conhecido durante os anos 1950, provocou incalculáveis danos às carreiras e à vida de muitas pessoas, teve um efeito amordaçante nos debates domésticos sobre questões da Guerra Fria e tratou de aterrorizar milhões de cidadãos.

McCarthy, no entanto, não conseguiu identificar nenhum comunista e seu poder pessoal ruiu em 1954 quando acusou o exército de afagar conhecidos comunistas. Audiências televisadas de suas investigações no interior do Exército fizeram a população norte-americana perceber suas táticas intimidatórias e a falta de credibilidade pela primeira vez em sua totalidade. Pouco demorou para perder apoios, sendo censurado em seguida pelo próprio Senado. Joseph McCarthy morreu em 1957.

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09/02/1776: Thomas Paine publica o seu famoso panfleto "Common Sense"

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