UM ILUSTRE MILITANTE NAZISTA EM SÃO PAULO

Rainha da Suécia confirma que seu pai foi filiado ao Partido Nacional-Socialista durante o período em que viveu no Brasil

TV4

Walter Sommerlath e a pequena Silvia no aeroporto de São Paulo. Fotografia tirada no final dos anos 40

A rainha Sílvia, da Suécia, confirmou uma suspeita antiga durante entrevista que concedeu a um programa jornalístico da emissora TV4: seu pai, o alemão Walther Sommerlath (1901-1990), foi membro da sucursal paulista do Partido Nazista Alemão durante a década de 1930. A líder sueca negou, no entanto, o envolvimento direto de seu pai em ações políticas.

A história da relação de Walter com os nazistas brasileiros começou em meados dos anos 20, quando o alemão emigrou para o Brasil. Cerca de dez anos depois, em 1934, o pai de Silvia aderiu ao Partido Nazista Alemão, com o qual manteve contato por intermédio da Auslands-Organisation (termo alemão para “organização em terras estrangeiras”) de São Paulo. Não se sabe ao certo de quais atividades do partido Walter participou, ou mesmo se esteve envolvido em ações violentas, mas o periódico do grupo paulista, o Deutscher Morgen, ficou conhecido por defender um racismo e um anti-semitismo extremamente radicais.

A parte mais nebulosa da história do pai de Silvia começou, entretanto, em 1939. Já de volta à sua terra natal, Walter comprou uma pequena indústria nos arredores de Berlim. O problema é que essa fábrica pertencia a um judeu que recebera um ultimato do governo para deixar o país. Não se sabe quanto Walter pagou pela propriedade, mas há indícios de que sua participação nas atividades do Partido Nazista tenha favorecido o negócio.

Além disso, suspeita-se que o pai da soberana sueca tenha cedido sua propriedade para a produção de armamentos durante a Segunda Guerra Mundial, mas nenhuma dessas informações foi confirmada pela rainha Silvia. A líder, nascida em 1943 e quarta filha de Walter com Alice de Toledo, sua esposa brasileira, também se negou a conceder novas entrevistas sobre o assunto.