Em parceria com a Unesco, governo brasileiro lança a primeira edição completa em português da mais importante obra sobre o continente
Os estudantes brasileiros acabaram de ganhar uma versão traduzida de uma das mais importantes obras sobre a história do “continente negro”. Foi lançada em Brasília na última quinta feira a edição em português da coleção História geral da África, obra produzida a pedido da Unesco e publicada no país em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (SECAD/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Principal obra de referência sobre o assunto, a coleção completa, com seus oito volumes e quase 10 mil páginas, foi lançada originalmente em 1981. Os títulos foram escritos ao longo de 30 anos por 350 pesquisadores, dois terços deles africanos, e é o mais completo estudo sobre o passado do continente já publicado.
A série já foi traduzida integralmente para o inglês, o francês, o árabe e o espanhol. Uma versão resumida foi lançada no Brasil entre 1982 e 1985, mas a edição está atualmente esgotada no país. Para suprir essa carência, os oito volumes da coleção foram traduzidos, reeditados e não estão sendo vendidos, mas distribuídos para bibliotecas, universidades públicas e outras intituições de ensino. Uma versão digital da obra em breve estará disponível na internet.
A coleção vai servir de fonte para a formação de educadores e para a difusão de conhecimentos sobre o assunto para estudantes brasileiros desde a educação básica até o ensino superior. “A obra é de grande importância e peculiaridade”, diz Marilza Regattieri, oficial de projetos em educação da Unesco. Ela lembra que a Lei 10.639, que tornou o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana obrigatório nas escolas, foi sancionada em 2003.
Para que esses conteúdos cheguem efetivamente às salas de aula brasileiras, a Unesco, em conjunto com a Universidade Federal de São Carlos, também está produzindo materiais pedagógicos de caráter interdisciplinar, para a formação de professores. De acordo com as instituições, o próximo passo será fazer o mesmo nas escolas de países africanos de língua portuguesa.
FONTE: HISTÓRIA VIVA
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