Lao Tzu: o “velho mestre” chinês foi o fundador do Taoísmo, hoje uma das maiores religiões do mundo.
Todos os dias ao amanhecer, o velho mestre se sentava
embaixo de uma enorme arvore e começava a sua meditação antes que o seu
discípulo chegasse. Enquanto pensava sobre as coisas simples da vida, o mestre
também meditava sobre como poderia fazer com que aquele rapaz teimoso
entendesse as lições ensinadas por ele. O mestre sabia que toda aquela teimosia
era uma característica da juventude, mas sabia que aquele jovem em especial
tinha um grande potencial.
Logo o tempo passou e às 8 horas o
discípulo se apresentou. Ele fez uma reverencia ao mestre, inclinando a cabeça
para frente. O mestre assentiu positivamente, e sinalizou para que o jovem
assentasse. Feito isso logo veio à pergunta que o rapaz fazia todas as manhãs.
—
Mestre, hoje o senhor vai me ensinar à arte da espada? — perguntou o jovem
antes que o mestre pudesse iniciar suas lições filosóficas.
—
Paciência é a primeira coisa que você deve aprender. — disse calmamente,
mantendo os olhos fechados enquanto sentia a agitação do discípulo.
—
Mas só estamos conversando a meses.
—
Não posso lhe ensinar nada enquanto não aprender a ter paciência. Caso contrário você seria uma ameaça a si mesmo. —
depois disto permaneceu em silencio, e mantendo a concentração em sua
meditação. Cerca de uma hora depois o jovem estava completamente inquieto, ele
queria aprender a arte da espada que tanto ouvira falar, e não entendia o que a
paciência ou mesmo toda a filosofia que o mestre tentava lhe ensinar poderia
lhe ajudar a lutar. Finalmente em um movimento brusco, acompanhado de um
resmungo, se levantou e foi embora de onde estava o velho mestre.
De longe um dos veteranos observava, e
depois que o rapaz deixou o local, dirigiu-se para onde o mestre estava, fez
uma reverencia inclinando a cabeça para frente, esperou a resposta do mestre e
em seguida assentou-se, fechando os olhos e começando a meditar. Depois de
algum tempo indagou ao mestre.
—
Mestre vejo que o senhor passa por isso todas as manhãs, porque não desiste
deste discípulo? Para mim está claro que ele não tem as qualidades necessárias.
— o mestre permaneceu em silencio durante algum tempo e finalmente disse.
—
Meu caro, você não era muito diferente deste rapaz quando chegou aqui. Vocês
jovens sempre pensam que as coisas precisam acontecer no tempo que desejam e se
esquecem de algumas lições que precisam ser aprendidas, mesmo não fazendo
sentido naquele momento. E além do mais não posso desistir tão facilmente só
porque o jovem tem dificuldades em aprender algo.
—
Mas o senhor já o treina há meses, e ainda sim ele não mostrou progresso algum.
— disse o veterano, perplexo e impressionado com a paciência do velho mestre.
—
Ele está progredindo.
—
Como mestre?
—
Aos poucos, caso contrário não viria aqui todas as manhãs assentar-se e ouvir
as lições de um velho tolo. — disse o velho mestre com um leve sorriso.
Após ouvir aquilo o veterano se calou,
pois entendera que o que o mestre dissera. Nem sempre o progresso acontece da
forma que gostaríamos quando estamos ensinando algo a alguém, porém mesmo assim
as lições são aprendidas mesmo que lentamente. E o veterano entendeu que nem
ele e nem os outros, saberiam o que sabem se não fosse pela persistência e pela
crença do velho mestre. Depois disto o veterano fechou os olhos, meditou em
agradecimento, fez uma reverencia ao mestre, se levantou calmamente e
dirigiu-se para sala de treinamentos. Enquanto isso o velho mestre permaneceu
em assentado, de olhos fechados, meditando sobre como poderia melhorar o
aprendizado de seu discípulo.
*. Imagens retiradas de forma aleatoriamente do google imagens
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