Um levante sem precedentes desafia o regime do homem que governa o Egito há quase 30 anos. Saiba como ele se tornou o senhor absoluto do país
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Após a morte de Anuar Sadat, o então vice-presidente Hosni Mubarak (foto) assumiu o governo egípcio, onde está há três décadas
por Thomas Stélandre
Para compreender a atual revolução egípcia é preciso voltar quase 30 anos no tempo, mais especificamente a 6 de outubro de 1981. Naquele dia, Anuar Sadat, então presidente do país, foi assassinado por um comando da jihad islâmica durante uma parada militar no Cairo. Os extremistas se opunham às negociações entre Egito e Israel, iniciadas por Sadat. Uma fatwa(determinação legal que alguma figura religiosa emite com base na lei islâmica), então, foi lançada pelo imã Omar Abdel-Rahman, aprovando o assassinato do governante egípcio. Detalhe: muitos anos depois, os Estados Unidos acusariam Abdel-Rahman de participar do planejamento dos atentados contra o World Trade Center, em 1993.
Com a morte de Sadat, eleições foram organizadas às pressas e o general Hosni Mubarak, vice-presidente da república no momento do atentado, saiu vitorioso das urnas. Militar de formação e herói da guerra de 1973 contra Israel, ele impôs ao país um regime autoritário, sustentado por um exército rico e poderoso. Em seguida, foi reeleito quatro vezes, em 1987, 1993, 1999 e 2005. A transparência de cada um desses pleitos, nos quais mais de 80% dos egípcios votaram, foi muito questionada pela comunidade internacional.
Ao longo das últimas três décadas, a presidência de Mubarak foi marcada pela falta de democracia, pela corrupção, pela brutalidade policial e, sobretudo, por um estado de exceção instaurado por Sadat em 1967 e nunca suspenso desde então. A medida permite a Mubarak censurar jornais de acordo com a sua vontade e prender por tempo indeterminado toda pessoa que “represente uma ameaça à ordem pública”. Além disso, organizações de direitos humanos denunciam que o governo mandou para a prisão, e, em alguns casos, torturou, a maior parte dos opositores do regime.
É por tudo isso que o povo egípcio agora reivindica sua saída imediata do comando do país. A resposta de Mubarak foi anunciar, em um discurso oficial, que não disputará as próximas eleições presidenciais, marcadas para setembro de 2011. O governante, no entanto, reafirmou sua intenção de permanecer no cargo até lá.
FONTE: HISTÓRIA VIVA
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