sexta-feira, 13 de abril de 2012

CRENDICES - "RECEITAS DE COMADRES"



Neste post vamos ver sobre CRENDICES, vou falar sobre o que todos nós conhecemos como "RECEITAS DE COMADRES". Vamos ver de onde vem este costume de ter sempre uma receita para os mais diversos males da vida. 

Bom, cada um de nós, ao menos uma vez na vida já ouviu, a avó, a tia, e até mesmo a mãe prescrevendo uma miraculosa receita para curar qualquer que fosse a enfermidade no momento. Ao ter acesso a matéria da Revista História que tratava exatamente deste assunto, pode conhecer um pouco deste hábito tão comum em nosso povo. 

Este hábito como disse, vem dos tempos do Brasil Colônia, onde a prática da medicina estava começando a nascer, e mesmo assim as pessoas não estavam acostumadas aos médicos diplomados e nem mesmos aos seus tratamentos com embasamento cientifico. 

A saúde era uma questão muito mais esotérica que cientifica, e quem tinha o respaldo da população para proceder tratamentos, prescrever as famosas receitas de comadres, eram barbeiros, sangradores, mezinheiros, curandeiros e até feiticeiros. 

É preciso entender que a cultura de se estudar medicina estava começando a nascer, e os médicos diplomados eram raros de se encontrar, e como tudo naquela época, o acesso a este tipo de tratamento era exclusividade da classe branca, e rica, ficando para os pobres e para os negros apenas as alternativas já mencionadas. 

Ora, em um país tão miscigenado, entre tradições indígenas, e africanas, e ainda elitizado, essas praticas se proliferaram, ganharam cada vez mais adeptos, cada vez mais receitas, cada vez mais pessoas necessitadas batiam nas portas de quem detinham o poder de curar.

Mas o governo, respaldado pela Igreja Católica, tratou de regulamentar estas práticas. A Igreja estabelecia uma especie de limiar entre os procedimentos curativos considerados demoníacos, dos definidos pela ciência. E os médicos não gostavam e nem reconheciam a proximidade que suas atividades possuíam com a feitiçaria e logo muitas dessas práticas foram consideradas ilegais, porém devido a elitização, não deixaram de ser praticadas, afinal a saúde sempre careceu de cuidados, digamos especiais.  E levou muito tempo até que a medicina começasse a tomar o espaço destas práticas populares, e para isto contaram com dois decisões importantes do governo. Uma delas em 1826 onde D. Pedro I havia concedido o monopólio dos diplomas a escolas de medicina do Rio e da Bahia. A outra medida em 1828, onde foi extinta a a Fisicatura-mor, órgão do governo que realizava fiscalização sanitária das artes terapêuticas. Desta forma, os curandeiros populares forma completamente postos na ilegalidade. 

Mas passando de geração em geração esta prática sobrevive, não tal qual era antigamente, mas nossa sociedade ainda utiliza muitos meios de cura praticados neste período, e porque não dizer ilegais?. Fato é que independente da época, ou da condição que o país esteja passando, ainda vamos volta e meia ouvir falar sobre as "receitas de comadres" pois elas fazem parte da cultura e do folclore do nosso povo. 

BIBLIOGRAFIA: 

  • Revista História, Nº: 56, Maio 2010. Artigo do pesquisador da Fundação Osvaldo Cruz, Flávio Coelho Edler.
*.Imagem cedida pelo blog Planeta Casamento

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