quarta-feira, 17 de novembro de 2010

POMPEIA ESTÁ NOVAMENTE AMEAÇADA

Recente desabamento da Casa dos Gladiadores chama a atenção para a falta de investimentos na preservação da antiga cidade romana


Wikimedia Commons

Imagem de 1889 mostra um corredor da Casa dos Gladiadores. Prédio histórico só poderá ser visto de novo por fotografias

Os milhares de turistas que todos os dias visitam a cidade histórica de Pompeia, na Itália, tiveram uma surpresa desagradável na manhã do dia 6 de novembro. A chamada Casa dos Gladiadores, construção em pedra com cerca de dois mil anos de idade, desabou por falta de manutenção e ficou reduzida a uma pilha de escombros.

O edifício estava fechado para visitantes, mas os afrescos que decoravam suas paredes externas eram um dos principais atrativos do passeio pelas ruas da cidade romana destruída no ano 79 por uma erupção do vulcão Vesúvio. O local recebeu o nome de Casa dos Gladiadores porque, segundo os estudiosos, o edifício servia de dormitório, depósito de armas e centro de treinamento para os guerreiros profissionais que lutavam no anfiteatro de Pompeia. Alguns pesquisadores sugerem que a casa também foi uma espécie de “clube” frequentado pelos jovens da cidade.

A tragédia em Pompeia aconteceu em um momento particularmente ruim para as autoridades italianas, já que, há menos de um ano, monumentos como o Coliseu e o Palácio Dourado de Nero sofreram danos em suas estruturas. De acordo com o site do History Channel (www.history.com), parte da imprensa do país atribui esse tipo de fatalidade à falta de manutenção e restauro dos monumentos, o que reascende um antigo debate: as atitudes tomadas pela Itália para preservar seu patrimônio histórico têm sido suficientes?

Embora o Ministro da Cultura, Sandro Bondi, culpe fatores como chuvas fortes pelo desabamento da Casa dos Gladiadores, o problema pode estar na falta de investimento na preservação do patrimônio do país. Também de acordo com a página do History Channel, a Itália dedica cerca de 0,18% de seu PIB à preservação de seus monumentos, enquanto países como a França gastam 1%.
Pompeia foi tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade em 1997 e recebe, em média, 2,5 milhões de visitantes ao ano.

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