quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A GRANDE LUTA DE BUDA


Nesta imagem Buda está sobre a Arvore Bo, sendo atacado por Kama-Mara

Olá caros leitores, hoje vou falar um pouco sobre a história de Siddhartha Gautama Sakyamuni, mais conhecido como BUDA. E nesta passagem através das palavras de Joseph Campbell vamos ver como o Buda atingiu a iluminação.

O jovem príncipe Gautama Sakyamuni, conhecido como Buda deu inicio a sua jornada quando secretamente escapou do palácio de seu pai, em seu cavalo Kantaka. Passou desapercebido pela porta guarnecida. Cavalgou noite adentro guiado pelas tochas de quatro vezes sessenta mil divindades (Devas), cruzou sem problemas um majestoso rio de mil cento e vinte oito cúbitos (antiga medida utilizada. um cúbito, equivale a cinquenta centímetros)  de largura e então e usando sua espada cortou de um só golpe suas mechas reais. 

O jovem príncipe então passou a vestir-se como monge e a vagar pelo mundo como um mendigo, e durante este tempo, ele alcançou e transcendeu os oito estágios da meditação. Retirou-se para um eremitério (um lar de um eremita, pode ser caverna ou uma casa retirada no campo), aplicou seus poderes durante mais seis anos, antes da grande luta, levou a austeridade ao extremo e caiu no estado de morte aparente. Mas terminou por recuperar-se. E então retornou a vida menos rigorosa do caminhante contemplativa. 

Certa vez o jovem Gautama sentou-se embaixo de uma arvore e ficou a observa-la com a face voltada para o leste. Até que uma pequena garota, chamada Sujata apareceu trazendo consigo uma tigela de ouro cheia de arroz. Após comer o arroz, o jovem atirou a tigela vazia no rio, mas esta ficou flutuando sobre as águas. Esse foi então o sinal de que seu triunfo estava próximo. Ele se levantou e seguiu por uma estrada demarcada pelos próprios deuses, que tinha a mesma largura do rio atravessado por Gautama. Cobras, pássaros e as divindades da floresta, lhe fizeram homenagens jogando flores em seu caminho e perfumes celestiais, cantaram coros divinos e assim os dez mil mundos se encheram de perfumes, guirlandas, harmonias e gritos de aclamação. Pois o jovem príncipe estava a caminha do Grande Arvore da Iluminação conhecida como a Arvore Bo. Seria embaixo dela que Gautama deveria redimir o universo. Tão logo ele sentou-se abaixo da Arvore, no Ponto Imóvel e o deus Kama-Mara, deus do amor e da morte apareceu e imediatamente abordou Gautama. 

Kama-Mara surgiu montado em um elefante, portando armas em suas mil mãos. Estava cercado por seu exército que se estendia até os confins do mundo. Todas as divindades protetoras fugiram, mas o jovem Gautama permaneceu imóvel sob a arvore. Sendo assim Kama-Mara investiu violentamente contra ele, tentando quebrar a sua concentração. 

Furacões, rochas, relâmpagos e chamas, armas fumegantes extremamente afiadas, carvões em brasa, cinzas quentes, lama fervente, areias escaldantes e a escuridão absoluta. Tudo isto fora lançado contra o Buda por Kama-Mara, mas foi transformado em flores e unguentos celestiais pelo poder das dez perfeições de Gautama. Kama-Mara então enviou suas irmãs, Desejo, Dissipação e Luxúria, cercadas por voluptuosos servos, mas a mente do Grande Ser não se distraiu. Por fim, o deus contestou seu direito de sentar no Ponto Imóvel, arremessou raivosamente seu afiadíssimo disco e ordenou ao seu enorme exército que atirasse pedras sobre o futuro Buda. Mas este último apenas moveu a mão para tocar o solo com as pontas dos dedos e pediu à deusa Terra que desse testemunho do seu direito de sentar-se no local em que estava. Ela o fez com uma centena, um milhar, uma centena de milhar de bramidos, de modo que o elefante de Kama-Mara ficasse de joelhos em obediência ao futuro Buda. O exército foi imediatamente dispersado, e os deuses de todos os mundos espalharam guirlandas para comemorar a vitória de Gautama. 

Tendo então obtido essa vitória preliminar antes do pôr-do-sol, o conquistador obteve, na primeira vigília noturna, o conhecimento de suas existências precedentes. Na segunda vigília, conheceu o divino olho da visão onisciente. E na última, a compreensão da cadeia de causalidade. Experimentou a perfeita iluminação na alvorada. 

Depois disso o Buda Iluminada permaneceu durante sete dias imóvel, em êxtase, durante sete dias, manteve-se afastado e observou o ponto onde havia recebido a iluminação, durante sete dias, ficou entre o local de sentar-se o local de estar em pé. Durante sete dias residiu num pavilhão fornecido pelos deuses e revisou toda a doutrina da causalidade e da libertação. Ficou sete dias sentado sobre a arvore onde recebera o arroz da jovem Sujata e ali meditou sobre a doçura do Nirvana. Passou para outra arvore e uma grande tempestade rugiu por sete dias, mas o Rei das Serpentes, saiu das raízes e protegeu o Buda com seu enorme capelo. Por fim o Buda ficou sentado por mais sete dias embaixo de uma quarta arvore saboreando ainda a doçura da libertação. Depois duvidou que sua mensagem pudesse ser comunicada e pensou em reter toda a sabedoria para si. Mas o deus Brahma desceu de seu zênite para implorar-lhe que se tornasse o mestre dos deuses e dos homens. Assim, o Buda foi convencido a proclamar o Caminho. E retornou as cidades dos homens, onde caminhou entre os cidadãos do mundo, distribuindo o beneficio inestimável do conhecimento do Caminho. 

BIBLIOGRAFIA:

  • Joseph Campbell, O Herói de Mil Faces, ISBN: 978-85-315-0294-1
 
*. Imagens retiradas aleatoriamente do google imagens

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